Quem não levanta todos os gastos – isso inclui também despesas fixas da empresa, que são divididas proporcionalmente levando em consideração o tempo de execução do serviço – não tem certeza se ganha, empata ou perde dinheiro no final de um serviço (obra).
Nos últimos anos realizei dezenas de oficinas de precificação pelo Brasil nas principais cidades que consomem o maior número de esquadrias para a construção civil. Em todas as oficinas apliquei o mesmo exercício em aula – um serviço que precisava ser precificado – e o resultado apresentado pelos participantes, que não calculam todos os gastos, foi o mesmo.
Pasmem, mas 95% dos empresários de indústrias de esquadrias que estavam em sala de aula, apresentaram, em média, 30 mil reais menor do que o valor real da obra. Em uma situação real o valor desse serviço não cobriria todos os gastos.
Aplico esse exercício no início da oficina para verificar o método de precificação dos participantes. Praticamente todos multiplicam o custo da matéria-prima encontrada por 2, 3 ou somam 150%, 200%. Esses métodos não dão nenhuma garantia que no final do serviço a empresa terá lucro ao invés de prejuízo.
Interessante que antes do exercício, no momento de sensibilização, todos reclamavam do concorrente que vende abaixo do preço do custo. Lógico, que ninguém se identificava como sendo um desses concorrentes, até porque ninguém ali tinha plena convicção se estavam precificando corretamente.
Ou seja, multiplicar o custo do material por 2, 3 ou colocar 150%, 200% não dá nenhuma garantia que vai ter lucro ao invés do prejuízo.
Pra finalizar, também vi na oficina empresários precificar muito acima do valor final, acima de 30%. Por isso, a importância de calcularmos todos os gastos na “ponta do lápis”.
Uma pergunta: Tem certeza que no seu último orçamento você precificou corretamente?