Algum tempo atrás ministrei em Goiânia um treinamento. Havia aproximadamente 30 pessoas e existiam algumas que se prontificavam rapidamente a fazer as tarefas que eu pedia, mas também existiam outros que ficavam tímidos no fundo.
Como não gosto de ver ninguém parado nos meus cursos, o meu pensamento foi o seguinte: vou colocar os tímidos lá de trás para trabalhar um pouco.
Então escolhi um rapaz do fundão com cara de esperto, mas que estava na dele. Logo de imediato e para a minha surpresa um dos participantes, um senhor que sempre se prontificava e estava próximo de mim, disse:
– Esse é meu filho, ele não está participando, veio como meu motorista.
Eu respondi:
– Como não está participando, está conosco o dia todo!
O Pai insistiu:
– Ele não trabalha com ACM, não trabalha comigo, ele vai ser engenheiro.
Eu disse para o pai:
– Mas aqui ele vai trabalhar sim!
Foi aí que fiquei ainda mais curioso para saber se o filho, o com cara de esperto, levava jeito pra coisa – as vezes precisamos testar nossos filhos e ver se tem o nosso DNA. O rapaz, bem tímido, se aproximou da bancada e eu expliquei uma única vez o que deveria fazer…
Ele fez melhor do que o pai e do que muitos que ali estavam. Olhei para o pai dele só para ver a reação. Imagina um pai surpreso, orgulhoso e emocionado, tudo ao mesmo tempo, ao ver o filho, um futuro engenheiro, mas que no presente momento tem talento e habilidades inexploradas para o negócio do pai.
Não sei como foi o dia seguinte na empresa deles, mas eu como professor fiz o meu papel, descobri um talento e quem sabe um futuro engenheiro sucessor do pai.